sábado, 30 de janeiro de 2010

Manifesto de uma mãe cansada que, sim, alimenta seu filho

Por favor, quando o bebê chorar, não diga que ele está com fome. É isso o que nós, pobres e exaustas mães, mais ouvimos. E, geralmente, depois de uma noite em claro. Modéstia à parte, acho que me tornei uma boa mãe. Em primeiro lugar, porque li toda a literatura possível sobre este assunto tão, digamos, peculiar. Em segundo, porque minha própria mãe, como sempre, me deixou completamente sozinha nesta aventura, para que eu me virasse. Às vezes, isso funciona. (Mas não compartilho esta técnica terrorista.) Bem, o fato é que o melhor aprendizado é a observação. Antes da ação. Amigas e amigos, um bebê tem horários. Isso inclui mamar. Se ele chora antes do seu horário de mamar, pode ser de fome, sim. Mas é preciso observar primeiro se há outra coisa o incomodando. Tentar entender a sua real necessidade, antes de partir para a medida mais comum - e errada: fazer a criança se calar com o leitinho. Quem faz isso - ou quem sugere isso - na realidade só quer se sentir melhor com o fim do choro do bebê. E não ajudá-lo de fato. Por favor, quando o bebê chorar, não digam que é de fome.

sábado, 23 de janeiro de 2010

O amor não estava em Veneza

Ela ainda se lembrava da viagem à Europa. O olhar perdido na janela do trem. O choro silencioso. Depois da dúvida, a ida à Veneza. Sozinha. Ela foi sem saber o destino, sem a certeza de voltar. Mas voltou. Não encontrou por lá o remédio para o coração partido. Menos ainda um novo amor. Mesmo assim, achou tudo bonito. O ano passou. A dor curou. Então, ela entendeu que certas coisas requerem tempo. E viajou mais. Mesmo errando muitos caminhos. Um dia, o coração dela se acalmou. O amor não estava longe, mas bem ali na estrada do trabalho. Finalmente, ela não precisava ir mais. E viu que os papéis são desnecessários. Que as convenções são bobagens e não importa a ordem das coisas. Basta o amor. Inteiro. Imenso. De todo dia. Ela agora é feliz.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Brevidade

s.f. curta duração, pequena dimensão.
Justamente por ser breve, tão breve, a vida merece ser leve.

Imagem de Maria Tereza Correia, amiga e fotógrafa que registrou este instante fugaz de 2009. Que 2010 seja mais vagaroso, se possível. Ou, pelo menos, intenso na sua brevidade.